Além das comitivas compostas por seus cavaleiros e transportadas em carros de bois que saem de distantes pontos do estado para participar do evento, muitos outros viajam léguas a pé até o Santuário. Boa parte dos romeiros moradores em Goiânia faz o percurso caminhando os 17 quilômetros pela margem da Rodovia dos Romeiros até o templo( trecho da GO- 060). Durante as festividades é montada uma grade estrutura de apoio com postos policial e dos Bombeiros, apoio de entidades oferecendo água, frutas, sucos e até lanche para quem vai andando. No caminho existem paradas para os romeiros fazerem suas orações na maior galeria a céu aberto do mundo, pintadas pelo artista plástico Omar Souto, representando as estações da Paixão de Cristo.
O Portal da Fé foi construído em 2011 na entrada e saída da cidade, representa uma cruz com mais de 20 metros de altura, em estrutura metálica revestida com telas de alumínio e composta com tijolos de vidro iluminados, aos pés da cruz há uma grande imagem do Divino Pai Eterno, local onde os devotos costumam também acender velas e fazer orações.
O Santuário Basílica foi idealizado para marcar o centenário da Romaria de Trindade (1943). Dom Emanuel Gomes de Oliveira, que era arcebispo de Goiás na época, fez o lançamento da pedra fundamental da atual Basílica. Em 1957 foi apresentado o projeto para a construção, em 1974 já foi possível a realização da Novena e Festa do Divino Pai Eterno no Local. Em 2006, o Papa Bento XVI concedeu o título de Basílica Menor, tornando-a única no mundo dedicada ao Divino Pai Eterno.
A cidade fica repleta de barracas com produtos religiosos e quase tudo, tendas de alimentação, municipal de apoio ao turista, postos de saúde e de entidades municipais, estaduais. Também alguns empresários colaboram com doações e serviços, foi o caso do Café Três Corações que espalhou tendas pelas imediações da Basílica e onde os romeiros e visitantes puderam beber gratuitamente um bom café. As tendas foram bastante concorridas.
História da Devoção
O casal Constantino Xavier Maria e Ana Rosa de Oliveira, no ano de 1840, morou nas proximidades do córrego Barro Preto, a uns 20 quilômetros do município de Campinas (Campininha das Flores), hoje englobado pela urbanização virou um bairro de Goiânia GO.
Os dois trabalhavam na terra para o plantio quando Constantino percebeu que sua enxada bateu em alguma coisa que estava no chão. Logo percebeu que não se tratava de uma pedra, mas um medalhão de barro com 10 cm e depois de limpar o objeto percebeu se tratar da estampa da Santíssima Trindade coroando a Virgem Maria. Admirados e agradecidos, entenderam que o achado era um sinal de Deus e levaram o medalhão para casa. Com devoção iniciaram rezando o terço com familiares diante do medalhão em cultos principalmente aos sábados e domingos.
A partir desses encontros as graças e os milagres começaram a se realizar naquele lugar. A notícia logo se espalhou e outras pessoas da região passaram a frequentar “a casa do Constantino” em busca de oração e graças. Com o aumento da romaria, em 1843, o espaço ficou pequeno e todos os devotos se uniram na construção da primeira capela feita de palha de Buriti. Não demorou muito e a igrejinha já não comportava os fiéis. Constantino e Ana, agradecidos a Deus, doaram um terreno às margens do córrego Barro Preto para a construção de uma capela maior. Todas as pessoas das imediações colaboraram na construção.
Com a romaria aumentando, Ana Rosa encomendou ao artista goiano Veiga Vale uma escultura semelhante a do medalhão do Divino Pai Eterno em tamanho maior e em madeira. E foi essa a origem da imagem venerada na Basílica de Trindade. Desde o encontro do Medalhão até a devoção religiosa que vemos hoje fez com que o município de Trindade fosse conhecido como a Capital da Fé em Goiás. Das antigas reuniões domésticas para rezar o Terço até a atualidade o encontro se transformou em uma grande manifestação católica conhecida nacional e internacionalmente. Hoje reúne aproximadamente três milhões de romeiros durante a Festa de Adoração e mais de quatro milhões durante o ano.
