Eucaliptos cercam parques em Goiás e a água está secando.


Conhecida como a Floresta Morta, a plantação do eucalipto tem pouco custo benefício no modelo agropecuário tradicional e estaria causando danos irreversíveis nas regiões que deveriam ser preservadas, Reservas Ambientais. A equipe do Instituto Caravana Ecológica e Cultural (ICEC GO) passou vários dias andando nos Parques goianos e pode constatar um verdadeiro cinturão dessas árvores ao redor deles.

Algumas pessoas acreditam que o Eucalipto não seca o solo, mas outro grupo maior afirma que sim, seca o solo na região. A dúvida que se instalou é a possibilidade de ser uma ação de fazendeiros e pecuaristas querendo se livrar dos incômodos Parques preservados provocando a seca das suas águas e a desertificação deles.

Se a estratégia for essa, seria “um tiro no pé”, pois toda a região seca e morre em pouco tempo causando mais prejuízos do que lucro, mesmo trocando depois o plantio. O curioso é esse “cinturão morto” e sedento plantado nas regiões muito próximas aos parques? Será que o lucro deles é maior que o prejuízo financeiro e ambiental? Se nossas suspeitas forem confirmadas, vai ser uma destruição total e inevitável, vai faltar água até para o consumo das famílias. Destruição pior que os incêndios naturais e mesmo os criminosos comprovados pela polícia.

Nas viagens que fizemos recentemente, tanto na região da Chapada dos Veadeiros como na Serra dos Pireneus, em Goiás, notamos as plantações quilométricas do Eucalipto. Vimos que no entorno os rios estão secando e cachoeiras diminuindo muito a sua vazão, a natureza parece agonizar e um deserto já desponta nas trilhas, areia.

Sem água, sem vida, sem parque. Essas plantações formam um grande cinturão sugando a água não só dos parques, mas de toda a região onde foram plantados.

Durante as visitas e em conversas informais com pessoas dessas regiões, a maior reclamação é sobre a escassez de água, aumentando a cada ano. A equipe do ICEC GO percebeu que mesmo com a época de estiagem, quando o fluxo de água nestas regiões está bem menor do que em outros períodos na mesma estação, o volume de água está visivelmente muito reduzido.

No mínimo fica o alerta, independente de ser intencional ou não, o primordial é que as autoridades ambientais investiguem de perto esse avanço do Eucalipto, principalmente junto aos Parques e Reservas Ambientais. Confirmar o impacto dessas plantações ao meio ambiente e a vida nestas áreas.

No último final de semana o ICEC GO esteve na Cidade de Pedra e no Pico dos Pireneus, passando pelos municípios de Cocalzinho, Pirenópolis e Corumbá de Goiás, percebeu a grande sequidão nos rios e cachoeiras. Também nota-se o avanço na produção do Eucalipto que pode ser percebido em vários pontos de dentro dos parques. Veja a foto acima.

Fotos da viagem.


João Carlos Barreto
Texto e Fotos

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