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Goiânia: manifestantes abraçam o lago Vaca Brava em defesa da Amazônia


Apesar do curto tempo na divulgação do protesto, pouco mais de quatro dias, entidades estudantis e representantes de várias categorias profissionais conseguiram reunir duas gerações ligadas aos movimentos progressistas de Goiás para protestar, na tarde do dia 24/08/2019, contra a destruição da Amazônia e do Cerrado tendo como palco o Parque Vaca Brava, cartão postal do município.

Logo no início do encontro, palavras de ordem e muitos discursos contra a situação do país e principalmente a destruição dos biomas na Amazônia e Cerrado. Muitos cartazes, alguns produzidos na hora, mostravam todo o descontentamento da juventude com as atitudes do governo Bolsonaro que vai impactando o futuro dessa geração.

Após os discursos foram distribuídas várias mudas de árvores nativas do cerrado para que as pessoas - qualquer pessoa - pudessem levar e plantar nos seus quintais, criando em cada residência ou local de plantio o marco histórico vivo para recordar o momento vivido no protesto pela defesa da natureza.

Durante a manifestação surgiu por lá um homem com a camiseta do movimento de direita conservadora e apoiadores do governo Bolsonaro, Movimento Vem Pra Rua. Ele circulou bem a vista de todos, fotografou e filmou bastante, bem no meio do protesto sem ser sequer importunado ou mesmo agredido. Os manifestantes agiram democraticamente. A nossa reportagem ele disse que “estava ali representando o grupo porque a causa da Amazônia era muito maior, por isso estava junto”. Nossa reportagem não acreditou, mas ele foi tolerado no evento. O único desacordo foi que ele queria falar ao microfone e os organizadores acharam melhor não dar tanto espaço a alguém que sempre foi contrário aos movimentos progressistas. A dúvida que ficou foi se nas manifestações deles, alguém passa com uma camisa vermelha ou escrita “Lula Livre”, como seria o tratamento?

A presença e atuação da Polícia Militar de Goiás foi democraticamente exemplar naquele episódio, não houve qualquer tipo de intimidação ou agressão. Um pouco diferente do tratamento dado a um grupo de estudantes que foi manifestar em frente ao Palácio Pedro Ludovico Teixeira, Centro Administrativo no centro de Goiânia, que foram dispersos com jatos de pimenta.

Entre as pessoas que discursaram a grata surpresa para todos foi a representante do Comitê Chico Mendes sediado na Amazônia, Angélica Mendes, neta do grande seringueiro, sindicalista e ambientalista, Chico Mendes foi assassinado em Xapurí (AC), sua cidade natal, em 22/12/1988. Lutou e morreu pela preservação da mesma floresta que hoje está sendo consumida pelo fogo.

No encerramento os manifestantes foram convidados a dar um grande abraço no lago do parque simbolizando um grande abraço no Meio Ambiente e principalmente numa Amazônia desrespeitada, agredida e atualmente... Agonizante.

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Por João Carlos Barreto
Editor Geral

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